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#6 - Self-doubt as a Therapist

Selfdoubt as a therapist
Selfdoubt as a therapist

 

 

Ao longo do seu desenvolvimento profissional, é natural que um psicólogo sinta dúvida em relação às suas capacidades, à sua competência e ao impacto que estas possam ter nos processos terapêuticos dos seus clientes.

 

À medida que vai atuando profissionalmente, é relativamente notória a expressão da personalidade do psicólogo no seu trabalho profissional, o que realça a necessidade de um processo de integração do seu eu-pessoal e do eu-profissional (Rønnestad & Skovholt, 2003). Um aspeto central da integração entre estas duas vertentes é, segundo Rønnestad e Skovholt (2003), e similarmente ao conceito de “congruência” de Rogers (1957), o alcançar de uma coerência entre as perceções individuais do psicólogo e o seu papel enquanto profissional.

 

Se por um lado a autenticidade de um terapeuta no exercício da sua competência depende desta integração coerente, por outro manter uma postura de curiosidade e reflexividade (dúvida) combate a aceitação cega, a estagnação e promove a aprendizagem, a adaptação, a evolução. Neste sentido, Rønnestad e Skovholt (2003) mencionam a conceptualização de Rønnestad (1985) sobre o desenvolvimento profissional de um psicólogo como “ciclos de entusiasmo, experienciação de dificuldades, de dúvida, ansiedade, desânimo, de exploração e aprendizagem e de integração”.

 

Nesta ótica, Nissen-Lie et al (2015) conduziram um estudo que demonstrou maior mudança no distress interpessoal em clientes de terapeutas que reportam níveis elevados de “dúvida profissional”, bem como mais elevada auto-afiliação; e menor mudança no distress interpessoal em clientes de terapeutas com níveis baixos de “dúvida profissional”, mas elevados de auto-afiliação. A “dúvida profissional” foi interpretada pelos autores como indicador de uma auto-crítica saudável e uma capacidade para ser aberto, sensível, reflexivo e de se responsabilizar pelas dificuldades no processo terapêutico (Nissen-Lie et al, 2015). Auto-afiliação é descrita como uma forma de se autorelacionar com afeto e tolerância perante si próprio.

 

Assim, um processo reflexivo contínuo potencia a flexibilidade na adequação ao cliente, a cada fase e momento do processo e põe em evidência a noção de que não há respostas certas ou ideais. A consciência por parte do psicólogo da complexidade e dos desafios de um processo terapêutico, bem como das suas próprias limitações, favorece a sua eficiência enquanto profissional. Uma capacidade de autocrítica e dúvida, aliada a uma

 

Por Joana David